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quarta-feira, 6 de outubro de 2021

CINEMA - O Homem que Vendeu a sua Pele

 


Filme da Tunísia recebeu o prêmio de Melhor ator no Festival de Veneza 2020, estreia nos cinemas brasileiros no dia 7 de outubro


Quando pensamos em refugiados a primeira imagem que vem à nossa frente é a de pessoas em botes ou de uma criança que morreu afogada em uma praia. No caso brasileiro, pensamos nos venezuelanos atravessando a fronteira do Brasil para conseguir uma vida mais digna.

Mas, o que acontece com essas pessoas quando chegam a uma terra estrangeira? Como vivem? Você seria capaz de vender a sua pele para conseguir a tão sonhada legalidade no país que o acolheu?  

Indicado ao Oscar 2021 de Melhor Filme Internacional, O HOMEM QUE VENDEU SUA PELE (The Man Who Sold his Skin) de Kaouther Ben Hania, aborda a temática do refúgio. 

O HOMEM QUE VENDEU SUA PELE retrata dois lados opostos do mundo, o mundo das artes e o mundo dos refugiados, um deles elitista, onde liberdade é a palavra-chave e, do outro lado, um mundo de sobrevivência impactado por acontecimentos atuais em que a falta de escolha é a preocupação diária dessas pessoas. E é justamente no contraste entre esses dois mundos que o filme acontece e faz uma reflexão sobre privilegiados e condenados.

No filme, o protagonista Sam Ali concorda em vender suas costas para o diabo porque ele não tem escolha e, assim, ele entra na esfera elitista e hiper-codificada da arte contemporânea por uma porta improvável. Seu olhar aparentemente ingênuo apresenta este mundo ao espectador de um ângulo diferente do que o normalmente mostrado pelo estabelecimento cultural.

O protagonista Sam é um homem um tanto orgulhoso, porém honesto. Tornar-se um objeto, onde é exposto, vendido, empurrado de um lado para o outro começa a incomodá-lo até que ele decide confrontar esse universo na tentativa de recuperar sua dignidade e sua liberdade.

A ideia do filme O HOMEM QUE VENDEU SUA PELE começou a germinar na cabeça da diretora Kaouther Ben Hania em 2012, quando ela visitou uma retrospectiva dedicada ao artista belga Wim Delvoye, no museu do Louvre em Paris. “Lá eu vi a obra em que o artista tatuou as costas de Tim Steiner, um homem sentado em uma cadeira, sem camisa, exibindo o design de Delvoye. A partir desse momento, esta imagem singular e transgressora não me deixou.”. Pouco a pouco, outros elementos da experiência de vida da diretora acrescentaram situações e enriqueceram essa imagem. “Uma vez que todos esses elementos vieram juntos, a história parecia pronta e me compeliu a escrevê-la. Um dia em 2014, quando eu estava prestes a editar a enésima versão do roteiro do meu filme anterior, “Beauty e os Cães”, descobri-me escrevendo sem parar durante cinco dias a história desse filme ”, conta a diretora.

Indicação ao Oscar - Indicado ao Oscar 2021 de Melhor Filme Internacional, O HOMEM QUE VENDEU SUA PELE (The Man Who Sold his Skin) de Kaouther Ben Hania estreia em circuito comercial no Brasil com distribuição da Pandora Filmes. O longa estrelado por Yahya Mahayni, Monica Bellucci, Dea Liane e Koen de Bouw, teve uma ótima recepção no Festival de Veneza em 2020, onde foi exibido na Seleção Oficial e Yahya Mahayni saiu premiado como Melhor Ator.

Ficha técnica:


O HOMEM QUE VENDEU SUA PELE (The Man Who Sold his Skin)

Direção: Kaouther Ben Hania

Roteiro: Kaouther Ben Hania

Elenco: Yahya Mahayni, Monica Bellucci, Dea Liane e Koen de Bouw

País: Tunísia, França, Bélgica, Alemanha, Suécia e Turquia

Duração: 104 min

Distribuição: Pandora Filmes

Sobre a Pandora Filmes

A Pandora é uma distribuidora de filmes independentes que há 30 anos busca ampliar os horizontes da distribuição de filmes no Brasil revelando nomes outrora desconhecidos no país, como Krzysztof Kieślowski, Theo Angelopoulos e Wong Kar-Wai, e relançando clássicos memoráveis em cópias restauradas, de diretores como Federico Fellini, Ingmar Bergman e Billy Wilder. Sempre acompanhando as novas tendências do cinema mundial, os lançamentos recentes incluem “O Apartamento”, de Asghar Farhadi, vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional; e os vencedores da Palma de Ouro de Cannes: “The Square – A Arte da Discórdia”, de Ruben Östlund e “Parasita”, de Bong Joon Ho.

Paralelamente aos filmes internacionais, a Pandora atua com o cinema brasileiro, lançando obras de diretores renomados e também de novos talentos, como Ruy Guerra, Edgard Navarro, Sérgio Bianchi, Beto Brant, Fernando Meirelles, Gustavo Galvão, Armando Praça, Helena Ignez, Tata Amaral, Anna Muylaert, Petra Costa, Pedro Serrano e Gabriela Amaral Almeida.

Indicado ao Oscar 2021 de Melhor Filme Internacional, O HOMEM QUE VENDEU SUA PELE (The Man Who Sold his Skin) de Kaouther Ben Hania

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