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terça-feira, 28 de setembro de 2021

SAÚDE - DIa Mundial do Coração

 



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A cada 10 pessoas que estão lendo este artigo, 2 são hipertensas e não sabem do 
diagnóstico. Dia 29 de setembro comemoramos o Dia Mundial do Coração, 
cujo objetivo é alertar para a importância do cuidado com as doenças do sistema 
cardiovascular. Dentre as doenças que acometem esse sistema, a de maior prevalência 
é a hipertensão arterial sistêmica, que apesar de também ser a mais conhecida 
da população, ainda é foco de muitos mitos.



A prevalência da HAS na população brasileira varia entre 22 a 44%. Uma grande 
parcela dos pacientes desconhecem serem portadores, e a cada 10 pacientes que 
sabem ter o diagnóstico de HAS, 4 ainda não estão em tratamento. Boa parte da 
população acredita que a dor de cabeça é um dos principais sintomas 
associados à hipertensão arterial sistêmica (HAS), e não busca atendimento para 
rastreio. A verdade é que na maioria dos casos a pressão arterial se eleva 
progressivamente, ao longo dos anos, o que permite mecanismos de adaptação 
no sistema cardiovascular do paciente, sem desenvolver sintomas.



O número de pacientes portadores de HAS aumenta com a idade, chegando a 
acometer 70% da população acima de 70 anos. Neste dado estão incluídas 
pessoas atletas com alimentação mediterrânea e tabagistas sedentários. Digo 
isso porque muitas vezes o paciente é diagnosticado com HAS e desconfia 
do diagnóstico com base na premissa de que ele, o paciente, não sente 
nenhum sintoma e pratica atividade física diariamente. Mas, então não adianta 
realizar a prevenção? Não é isso que eu escrevi! Individualmente, o risco de 
desenvolver HAS é reduzido significativamente com atividades preventivas, 
próximo tópico que vou abordar.



Existem fatores de risco cardiovascular que são modificáveis, ou seja, a partir de 
ações do indivíduo, é possível manipular o risco de desenvolver HAS. Alguns 
deles são o tabagismo, a obesidade, o consumo de álcool, alto consumo de 
gorduras saturadas e estilo de vida sedentário. Ter uma vida saudável, em termos 
de reduzir o risco de adoecer, significa então cessar o tabagismo, evitar o consumo 
de álcool superior a 20g por dia para homens e 10g por dia para mulheres, 
ter boa alimentação e praticar atividade física.



Por boa alimentação entende-se o consumo de pelo menos 3 porções de frutas e 
vegetais, 2 porções de peixe por semana, em torno de 30 a 45 g de fibras 
por dia, reduzida quantidade de alimentos industrializados e gorduras saturadas. 
Quanto à atividade física, os estudos mostram que 30 min por dia 5 vezes 
por semana, com intensidade moderada, é o suficiente para modificar os fatores de 
risco cardiovascular.



Fazer o manejo dos fatores de risco de adoecimento e acompanhamento do paciente 
em toda a sua jornada em busca de saúde faz parte da rotina da medicina 
de família e comunidade. Essa especialidade médica trabalha em equipe, junto 
da enfermagem, da psicologia e da nutrição. O objetivo desse time é triar os 
fatores de risco do paciente e, por meio de um plano de cuidado elaborado em 
conjunto com o paciente, definir as melhores estratégias para controle dos fatores 
de risco e das doenças. É assim que trabalhamos na Amparo Saúde.



*Lucas Gurgel Tiso

Coordenador Médico da Amparo Saúde



Graduado em medicina pela FASEH, Lucas Gurgel Tiso tem residência em medicina de família e comunidade pelo Grupo Hospitalar Conceição, e atualmente é coordenador clínico da Amparo Saúde.

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