e
A cada 10 pessoas que estão lendo este artigo, 2 são hipertensas e não sabem do
diagnóstico. Dia 29 de setembro comemoramos o Dia Mundial do Coração,
cujo objetivo é alertar para a importância do cuidado com as doenças do sistema
cardiovascular. Dentre as doenças que acometem esse sistema, a de maior prevalência
é a hipertensão arterial sistêmica, que apesar de também ser a mais conhecida
da população, ainda é foco de muitos mitos.
A prevalência da HAS na população brasileira varia entre 22 a 44%. Uma grande
parcela dos pacientes desconhecem serem portadores, e a cada 10 pacientes que
sabem ter o diagnóstico de HAS, 4 ainda não estão em tratamento. Boa parte da
população acredita que a dor de cabeça é um dos principais sintomas
associados à hipertensão arterial sistêmica (HAS), e não busca atendimento para
rastreio. A verdade é que na maioria dos casos a pressão arterial se eleva
progressivamente, ao longo dos anos, o que permite mecanismos de adaptação
no sistema cardiovascular do paciente, sem desenvolver sintomas.
O número de pacientes portadores de HAS aumenta com a idade, chegando a
acometer 70% da população acima de 70 anos. Neste dado estão incluídas
pessoas atletas com alimentação mediterrânea e tabagistas sedentários. Digo
isso porque muitas vezes o paciente é diagnosticado com HAS e desconfia
do diagnóstico com base na premissa de que ele, o paciente, não sente
nenhum sintoma e pratica atividade física diariamente. Mas, então não adianta
realizar a prevenção? Não é isso que eu escrevi! Individualmente, o risco de
desenvolver HAS é reduzido significativamente com atividades preventivas,
próximo tópico que vou abordar.
Existem fatores de risco cardiovascular que são modificáveis, ou seja, a partir de
ações do indivíduo, é possível manipular o risco de desenvolver HAS. Alguns
deles são o tabagismo, a obesidade, o consumo de álcool, alto consumo de
gorduras saturadas e estilo de vida sedentário. Ter uma vida saudável, em termos
de reduzir o risco de adoecer, significa então cessar o tabagismo, evitar o consumo
de álcool superior a 20g por dia para homens e 10g por dia para mulheres,
ter boa alimentação e praticar atividade física.
Por boa alimentação entende-se o consumo de pelo menos 3 porções de frutas e
vegetais, 2 porções de peixe por semana, em torno de 30 a 45 g de fibras
por dia, reduzida quantidade de alimentos industrializados e gorduras saturadas.
Quanto à atividade física, os estudos mostram que 30 min por dia 5 vezes
por semana, com intensidade moderada, é o suficiente para modificar os fatores de
risco cardiovascular.
Fazer o manejo dos fatores de risco de adoecimento e acompanhamento do paciente
em toda a sua jornada em busca de saúde faz parte da rotina da medicina
de família e comunidade. Essa especialidade médica trabalha em equipe, junto
da enfermagem, da psicologia e da nutrição. O objetivo desse time é triar os
fatores de risco do paciente e, por meio de um plano de cuidado elaborado em
conjunto com o paciente, definir as melhores estratégias para controle dos fatores
de risco e das doenças. É assim que trabalhamos na Amparo Saúde.
*Lucas Gurgel Tiso
Coordenador Médico da Amparo Saúde
Graduado em medicina pela FASEH, Lucas Gurgel Tiso tem residência em medicina de família e comunidade pelo Grupo Hospitalar Conceição, e atualmente é coordenador clínico da Amparo Saúde.
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