Quase metade dos respondentes (46%) afirmou que trocaria veículos a combustão por bicicletas elétricas | |
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(Crédito: iStock) | |
As bicicletas parecem estar fazendo, cada vez mais, parte das ruas das cidades do Brasil. Se, até pouco tempo, as bikes eram vistas principalmente como um meio de transporte mais econômico e sustentável, hoje, elas fazem parte da vida dos brasileiros como forma de esporte, de prazer e até mesmo de vínculo social. Este cenário está alinhado com um estudo realizado pela Descarbonize Soluções, energytech especializada em soluções de energia limpa, que revelou que seis em cada dez paulistas entrevistados utilizam a bicicleta para se locomoverem pelo menos uma vez na semana. Quando se pensa na frequência, os entrevistados da pesquisa que moram no estado disseram utilizar as bikes, em média, duas vezes por semana. Uma troca econômica e sustentável Além da popularidade das bicicletas comuns, o interesse em bicicletas elétricas também vem crescendo consideravelmente nos últimos anos. De acordo com a Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike), o mercado de bicicletas elétricas teve um crescimento de 12% em 2023 em relação ao ano anterior, com projeção de que essa taxa anual chegue a 34% em 2025. O número deve corresponder à marca de 300 mil bikes elétricas vendidas até este ano. Mas, além de indicar o crescimento do interesse em veículos elétricos alternativos dentro de um nicho, é importante analisar a aceitação de forma mais abrangente. De modo geral, 46% dos paulistas usariam bicicletas elétricas no dia a dia como alternativa aos veículos à combustão, como carros, motos ou mesmo ônibus. Antônio Lombardi Neto, Diretor de Tecnologia da Descarbonize Soluções, fala sobre algumas das facilidades em relação ao uso de bicicletas elétricas. “Se as bicicletas comuns já são uma ótima alternativa aos veículos à combustão, as elétricas podem suprir a necessidade de quem não utiliza uma bike tradicional por motivos de distância ou limitação física, sem deixar de adotar um meio que ainda é econômico e ecológico. As opções de carregamento também são bastante práticas, podendo ser feitas em estações de carregamento públicas ou em pontos de carregamento portátil - alternativa que facilita para o ciclista”, comenta. “As alternativas para um transporte sustentável são cada vez mais diversas, além de levarem em consideração os diferentes perfis de pessoas. Ainda é necessário que sejam feitos investimentos públicos e privados para que o cenário seja mais acessível, mas os dados mostram um interesse da população em colaborar com as iniciativas ambientais. E é exatamente a partir da combinação do esforço de todas as partes que se pode chegar em um cenário ambiental mais positivo para o futuro”, completa. Estrutura para os ciclistas Quando se pensa na utilização das bicicletas, é essencial que se analise também a infraestrutura das cidades para receber os ciclistas. Além das ciclovias, existem outros pontos essenciais para a segurança dos bikers, como as ciclofaixas, a sinalização adequada e os bicicletários. Ampliar o conhecimento geral sobre as leis para o uso das bicicletas, prevista pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), é essencial para o equilíbrio do ecossistema entre ciclistas, motoristas e pedestres. E, mesmo que as capitais brasileiras tenham ganhado mais de quatro mil quilômetros de ciclovia em um ano — período entre julho de 2023 e julho de 2024 — crescimento que corresponde a 7,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, fica claro que o investimento em infraestrutura ainda deve ser maior. Segundo 60% dos entrevistados paulistas, o estado possui certa estrutura para os ciclistas, mas o cenário ainda pode melhorar. Enquanto isso, 27% consideram que São Paulo possui uma ótima infraestrutura (número maior que a taxa nacional, de 25%), e outros 13% entendem que o estado não dispõe de estrutura nenhuma (dado abaixo do levantado para todo o país, de 19%). Os dados indicam que, do ponto de vista dos entrevistados, São Paulo tem uma infraestrutura para ciclistas melhor do que a média nacional. “É indispensável que as cidades, especialmente os grandes centros urbanos, invistam na criação de mais ciclovias, ciclofaixas e bicicletários. As bicicletas são um meio de transporte econômico e sustentável, e deveriam ter mais incentivo por parte dos governos. Na Capital paulista, já é possível ver alguns trechos com alto fluxo de bicicletas. Na região do Alto dos Pinheiros em direção à Faria Lima e ao Brooklin, por exemplo, cada vez mais é possível ver, durante o dia, as pessoas indo trabalhar de bicicleta elétrica, é isso só é possível pela presença de uma ciclofaixa que atravessa a Zona Oeste, o que possibilita que pessoal consiga usar as bikes como meio de transporte”, aponta Neto. “Além disso, a cidade de São Paulo, que é a mais populosa do Brasil, possui uma política de rotatividade de placas, o que torna necessária a adesão a outros meio de transporte pelos cidadãos. Por outro lado, São Paulo também é uma das cidades do país que mais emite gases do efeito estufa. Com o devido incentivo, o uso das bicicletas poderia ser uma forma de conciliar uma alternativa de transporte que ainda pode colaborar com a questão ambiental”, completa. Metodologia Público: foram entrevistados 500 brasileiros de todos os estados do país, incluindo mulheres e homens, com idade a partir dos 16 anos e de todas as classes sociais. Coleta: os dados do estudo foram levantados via plataforma de pesquisas online. Data de coleta: 27 de fevereiro de 2025. |

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