A 48a edição da tradicional Mostra Internacional de Cinema acontece em São Paulo entre os dias 17 e 30 de outubro. O evento vai exibir em 2024 cerca de 415 filmes de 82 países em 29 salas de cinemas, espaços culturais e CEUS espalhados pela capital paulista, incluindo exibições gratuitas e ao ar livre.
A abertura da 48a Mostra acontece na quarta-feira, dia 16, na Sala São Paulo, com a exibição de Maria Callas, longa de Pablo Larraín protagonizado por Angelina Jolie que estreou no Festival de Veneza.
Entre os filmes que terão sessão durante a 48a Mostra estão os premiados nos principais festivais internacionais, como Anora, de Sean Baker, Tudo que Imaginamos Como Luz, de Payal Kapadia, Dying - A Última Sinfonia, de Matthias Glasner, Grand Tour, de Miguel Gomes, Dahomey, de Mati Diop, O Brutalista, de Brady Corbet, Vermiglio, de MauraDelpero, Sujo, de Astrid Rondero e Fernanda Valadez, Memórias de um Caracol, de Adam Elliot, Happy Holidays, de Scandar Copti, Os Malditos, de Roberto Minervini, Holy Cow, de Louise Courvoisier, Vira-Lata, de Chiang Wei Liang e You Qiao Yin, Esta Minha Vida, de Sophie Fillières, Ao Contrário, de Jonas Trueba, O Maior Bocejo da História, de Aliyar Rasti, No Other Land, de Basel Adra, Hamdan Ballal, Yuval Abraham e Rachel Szor, O
Banho do Diabo, de Veronika Franz e Severin Fiala, e O Vidreiro, de Usman Riaz.
O cartaz da 48a Mostra é uma arte de Satyajit Ray que faz parte do storyboard criado pelo cineasta durante a preparação de A Canção da Estrada (1955), seu primeiro longa. O indiano, que foi também artista gráfico, compositor, roteirista, publicitário, escritor, diretor de arte, de fotografia, de som, editor, entre outros, também ganha homenagem do evento com uma retrospectiva de 7 títulos. Serão exibidos longas realizados por Ray entre 1955 e 1966.
FOCO INDIANO - A homenagem ao cineasta também lança luz a um dos principais destaques da 48a Mostra, que é o cinema indiano. Cerca de 30 filmes do país compõem a programação: são longas produzidos nas mais variadas regiões da Índia, premiados nos principais festivais internacionais ou restaurados, que mostram a diversidade do país. Além das obras, diretores, atores, produtores e distribuidores da Índia participam do evento. Satyajit Ray também é autor do pôster da 1a Mostrinha, dedicada à infância e à juventude.
1A MOSTRINHA - A seleção de filmes voltada para a nova geração de espectadores vai ter abertura em 17 de outubro, na Sala São Paulo, com a exibição de A Arca de Noé, de Sérgio Machado e Alois di Leo. Ao longo do evento serão exibidos longas inéditos no Brasil produzidos em diferentes lugares do mundo e que passaram pelos mais importantes festivais internacionais.
A 1a Mostrinha também homenageia os 30 anos do programa Castelo Rá-Tim-Bum, da TV Cultura, e os 25 anos do filme homônimo de Cao Hamburger baseado na série. O escritor e cartunista Ziraldo, morto em 2024, também será celebrado com a exibição dos dois filmes sobre o Menino Maluquinho, personagem mais conhecido do autor.
CINEMATECA BRASILEIRA - Pelo segundo ano, a Mostra conta com um espaço temporário na Cinemateca Brasileira. Chamado Espaço Petrobras na Mostra, o local vai abrigar exibições na área externa do local, com sessões gratuitas e especiais. A Mostra realiza pelo quarto ano consecutivo o Encontro de Ideias Audiovisuais, que inclui o III Mercado, o VIII Fórum e o VIII Da Palavra à Imagem. Gratuito e aberto ao público em geral, ele reúne debates, exibições, lançamentos de livros e reuniões entre os dias 24 e 26 de outubro, na Cinemateca Brasileira.
MASTERCLASS - A Mostra promove três masterclasses gratuitas durante o evento, uma que irá abordar a evolução do cinema indiano, a outra sobre os primórdios do audiovisual e a última dentro da programação do IV Encontro, sobre adaptações de obras literárias para as telas.
A 48a Mostra vai fazer uma sessão no projeto Luz na Tela, cinema ao ar livre do Museu da Língua Portuguesa e do Museu Soberano – Rua do Triunfo. A sessão será gratuita e vai acontecer no dia 24 de outubro.
PRÊMIO HUMANIDADE - O Prêmio Humanidade vai para o cineasta e ex-Ministro da Cultura haitiano Raoul Peck, indicado ao Oscar® de melhor documentário em longa-metragem em 2017 por Eu Não Sou Seu Negro. A Mostra também exibe o inédito no Brasil Ernest Cole: Achados e Perdidos, longa do diretor premiado como melhor documentário no Festival de Cannes de 2024.
VIVA O CINEMA! - O evento vai exibir a série Viva o Cinema! Uma História da Mostra de São Paulo, dirigida por Gustavo Rosa de Moura e Marina Person. O trabalho retrata os 48 anos de trabalho de resistência da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.
JÚRI - O júri da 48a Mostra é composto pela produtora argentina Hebe Tabachnik, pelo ator português Gonçalo Waddington, pelo norte-americano Kyle Stroud (produtor de O Brutalista, Harvest, Eephus e The Line, que integram a seleção da Mostra), pelo crítico francês Thierry Meranger, pela atriz brasileira Camila Pitanga e pelo cineasta iraniano Mohsen Makhmalbaf, que terá seus mais recentes filmes, Aqui as Crianças Não Brincam Juntas e Falando com Rios, exibidos no evento.
ORIENTE MÉDIO - Três longas com roteiro e direção do cineasta palestino Michel Khleifi serão revisitados na Mostra: A Memória Fértil (1980), Núpcias na Galiléia (1987), vencedor do prêmio da crítica no Festival de Cannes e do prêmio de melhor filme no Festival de San Sebastián, e O Conto das Três Jóias Perdidas (1995).
A Mostra também exibe títulos que trazem diversos olhares sobre o Oriente Médio, como os filmes Contos de Gaza, do palestino Mahmoud Nabil Ahmed, Happy Holidays, do palestino Scandar Copti, Israel Palestina na TV Sueca 1958-1989, do sueco Göran Olsson,
A Lista, da iraniana Hana Makhmalbaf, No Other Land, dos palestinos Basel Adra, Hamdan Ballal, Yuval Abraham e Rachel Szor, o libanês Linha Verde, de Sylvie Ballyot, Por Que a Guerra? e Shikun, ambos do diretor israelense Amos Gitai.
OBRAS RESTAURADAS - Integra a programação de obras restauradas o brasileiro Também Somos Irmãos (1949), de José Carlos Burle, restaurado pela Cinemateca Brasileira e um dos primeiros filmes a abordar o racismo no Brasil. Também serão exibidas cópias restauradas de Onda Nova –Gayvotas Futebol Clube (1983), de Ícaro (Francisco) C. Martins e José Antonio Garcia, exibido na 7a Mostra e logo em seguida proibido pela censura, Um É Pouco, Dois É Bom (1970), de Odilon Lopez, Brincando nos Campos do Senhor (1991), de Hector Babenco, e o curta inédito Auto de Vitória (1966), do baiano Geraldo Sarno, com sessão com debate com o cantor Tom Zé.
Em homenagem a Rogério Sganzerla, morto há 20 anos, a Mostra exibe a versão
digitalizada do longa Abismu (1977), que teve roteiro e direção do catarinense. A nova cópia do filme foi exibida no Festival de Locarno em 2023.
A Mostra também celebra os 40 anos de lançamento de Paris, Texas (1984), de Wim Wenders, vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes, com a exibição da restauração digital do negativo original. Além dele, homenageia os 20 anos de Os Educadores (2004), dirigido por Hans Weingartner, que estará presente no evento, com sessões do longa restaurado. Também vai exibir a nova cópia do documentário Tokyo Melody: Um Filme sobre Ryuichi Sakamoto (1985), de Elizabeth Lennard.
Cópias restauradas de seis filmes com o ator produzidos em diferentes países completam a homenagem pelo centenário: Dois Destinos (1962), de Valerio Zurlini, Um Homem em Estado... Interessante (1973), de Jacques Demy, O Apicultor (1986), de Theo Angelopoulos, Olhos Negros (1987), de Nikita Mikhalkov, Três Vidas e Só uma Morte (1996), de Raúl Ruiz, e Viagem ao Princípio do Mundo (1997), de Manoel de Oliveira.
Após o sucesso das exibições da Mostra em Manaus em 2023, filmes da seleção partem nesta 48a edição para Belém. Pela primeira vez na capital paraense, o evento realiza exibições de longas da programação entre os dias 31 de outubro e 6 de novembro.
Os 100 anos de nascimento do italiano Marcello Mastroianni serão celebrados com a exibição de Marcello Mio (2024), de Christophe Honoré, exibido no Festival de Cannes.
ITINERÃNCIA - A tradicional itinerância promovida pelo Sesc por cidades paulistas ocorrerá em 10 unidades, de 15 de novembro a 15 de dezembro. Os filmes da Mostra serão exibidos nos Sesc Araraquara, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Preto, São Carlos, Birigui, Sorocaba, Jundiaí e Campinas.
REALIDADE VIRTUAL - Obras em realidade virtual também integram a programação da 48a Mostra. Filmes no formato estarão disponíveis no Sesc 14 Bis, na Cinemateca Brasileira e no Metrô Itaquera. A Mostra tem um aplicativo exclusivo onde é possível conferir a programação, comprar ingressos e ler notícias do festival. Além dele, a plataforma Mobiload disponibiliza recurso de acessibilidade para 28 filmes da seleção.
A Netflix volta a entregar um prêmio no festival. A honraria será concedida a um filme brasileiro da programação da Mostra que ainda não tenha contrato com um serviço de streaming.
PRÊMIO PARADISO - Também pela segunda vez será entregue o Prêmio Paradiso para um dos filmes selecionados da seção Mostra Brasil. A premiação vai apoiar a distribuição da obra nas salas de cinema do país. E pela segunda vez o coletivo BRA.DA, de diretoras de arte do Brasil, entrega um
prêmio para direção de arte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário